Robert
Fulghum
A
maior parte do que eu realmente precisava saber sobre viver e o que fazer e
como ser, eu aprendi no Jardim da Infância.
Na
verdade, a sabedoria não está lá no alto morro da Faculdade, mas sim bem ali,
na caixa de areia da escola.
As coisas que aprendi
foram estas: reparta as coisas, jogue limpo, não bata nos outros, ponha as
coisas de volta onde as encontrou, limpe a bagunça que você fez, não pegue
coisas que não são suas, diga que você sente muito quando machucou alguém, lave
as mãos antes de comer, aperte a descarga, biscoitos e leite quentinho fazem
bem.
Viva
uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco, desenhe e pinte e cante
e dance e brinque e trabalhe um pouco... Todos os dias. Tire um cochilo todas
as tardes. Quando você sair por ai preste atenção no trânsito e caminhe, de
mãos dadas, junto com os outros.
Observe
os milagres acontecerem ao seu redor. Lembre-se do feijãozinho no algodão
molhado, no copinho plástico. As raízes crescem por baixo e ninguém sabe como e
porque, mas todos somos assim. Peixinhos dourados e porquinhos da Índia e
ratinhos brancos e mesmo o feijãozinho do copinho plástico – todos morrem. Nós
também. E lembre-se do livro do Joãozinho e Maria e a primeira palavra que você
aprendeu, sem perceber. A maior palavra de todas: OLHE!
Tudo
o que você precisa mesmo saber está ai, em algum lugar. As regras básicas do
convívio humano, o amor, os princípios de higiene; ecologia, política e saúde.
Pense como o mundo seria melhor se todos, todo mundo na hora do lanche tomasse
um copo de leite com biscoitos e depois pegasse o seu cobertorzinho e tirasse
uma soneca. Ou se tivéssemos uma regra básica, na nossa nação e em todas as
nações, de pôr as coisas de volta nos lugares onde as encontramos e de limpar a
nossa própria bagunça.
E
será sempre verdade, não importa quantos anos você tenha, se você sair por aí,
pelo mundo afora, o melhor mesmo é poder dar as mãos aos outros, e caminhar
sempre juntos.
Este texto foi escrito em
1988, há 25 anos, por Robert Fulghum e continua tão atual quanto na época.
Conheça mais sobre Robert Fulghum em http://www.robertfulghum.com/
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